Com a participação de 838
contadores, levantamento também indica baixo investimento em
TI.
Embora cerca de 80% dos
profissionais contábeis já tenham se deparado de alguma forma com o eSocial - e
no mínimo há mais de seis meses -, o nível de compreensão dos impactos desse
novo sistema nos procedimentos, em especial na comunicação entre empresa e
departamentos, ainda é baixo.
Segundo dados da pesquisa
“eSocial nas organizações contábeis”, coordenada pelo professor Roberto Dias
Duarte, sócio da NTW Franchising e presidente do conselho de administração da
empresa, um profissional em cada quatro jamais participou de algum evento para
capacitação sobre o tema, enquanto outros 27% estiveram em apenas um desses
encontros.
A pesquisa teve o objetivo
de procurar compreender a percepção reinante na área sobre os desafios e
oportunidades decorrentes do eSocial – que vai unificar o envio de informações
pelo empregador em relação aos seus empregados –, bem como avaliar a condução do
projeto por parte das autoridades.
Realizado em todo o
Brasil, entre os dias 27 de abril e 30 de maio, o levantamento englobou 25
questões de múltipla escolha por meio de formulário eletrônico e contou com a
participação de 838 profissionais da contabilidade.
Deste total, 18,7% atuam
em Minas Gerais; 12,6% no Rio Grande do Sul; 11,5% em São Paulo; 9,4% no Rio de
Janeiro; 9% em Santa Catarina; e 8,2% no Paraná. Os demais estados contribuíram
com 30,6% do total das respostas.
Um dos gargalos do setor,
o baixo investimento em tecnologia e segurança da informação também se mostrou
preocupante: 36,8% dos entrevistados nada pretendem investir em TI, enquanto
27,8% informaram que vão dispender somente R$ 2 mil. Paralelamente, os
investimentos voltados à capacitação de mão de obra ainda são muito pequenos –
de até R$ 2 mil, de acordo com 40,8% dos participantes, e inexistentes para
30,1%.
“Na prática, as empresas e
os escritórios contábeis armazenam e tramitam diversas informações confidenciais
relativas às áreas tributária e trabalhista. Entretanto, raras são as
organizações que mantêm políticas e metodologias formais para a segurança da
informação”, explica Duarte.
Segundo o coordenador da
pesquisa, este cenário desenhado pela opinião dos profissionais conduz o mercado
de serviços contábeis a reconhecer que é necessário ocorrer melhorias,
entretanto sem existir a intenção de investimentos.
“Basicamente, há três
hipóteses que precisam ser comprovadas. A primeira é o esgotamento da capacidade
de investimento do mercado; a segunda, a carência de cultura de gestão e
planejamento empresarial; e a terceira, a ação conjunta das duas anteriores,
sendo possivelmente a primeira uma decorrência da segunda”, argumenta
Duarte.
O coordenador do
levantamento comenta ainda que, quanto às percepções mais gerais do eSocial, a
maioria esmagadora dos profissionais contábeis (94,1%) acredita ser o governo o
ente mais beneficiado com a implantação do projeto. “Ao todo, 62,7% acreditam
que haverá aumento da arrecadação após a implantação do sistema; 40% creem que
os empregados serão os beneficiados; e somente 10% acreditam que os contadores
terão algum tipo de benefício”, completa Duarte.
A pesquisa completa pode
ser baixada em: http://www.robertodiasduarte.com.br/pesquisa-esocial-contadores.pdf
Jornalista responsável:
Wagner Fonseca
Fonte: REPERKUT
Comunicação
Nenhum comentário:
Postar um comentário